terça-feira, 10 de junho de 2008

Americana de 37 anos diz ser casada com a Torre Eiffel


Erika La Tour Eiffel, 37, afirma ter se casado com a Torre Eiffel em uma cerimônia da qual participaram alguns de seus amigos. Por conta da união, a mulher que vive em São Francisco, nos EUA, inclusive mudou seu nome em cartório, diz a publicação britânica “Telegraph”, que não especificou a data do casamento.

Erika, que já serviu exército, diz também ter uma afeição especial pelo Muro de Berlim. “Eu não entendo como as pessoas podem trazer um objeto ao mundo, como se fosse uma criança, e não amá-lo”, disse.

Erika não está sozinha. No final de maio, o “Telegraph” divulgou a história de Eija-Riitta Berliner-Mauer, uma mulher de 54 anos que vive na Suécia e diz ter se casado com o Muro de Berlim há 29 anos.
As histórias de mulheres que se apaixonam por objetos foram exibidas em um documentário da TV britânica, na última semana. Em todo o mundo, há cerca de 40 pessoas que sofrem desse mesmo problema, todas mulheres.
Jerry Brooker, psiquiatra que participou do programa, afirma que essas pessoas têm uma grande necessidade de controle. “Alguém que se apaixona por objetos pode controlar a relação da maneira como bem entender. Os objetos não vão abandoná-las. Isso é extremamente atraente para pessoas que se sentem muito solitárias”, explicou.

Fonte: G1

Estudantes americanos querem portar armas!

À primeira vista, Weston Zentner, de 23 anos, não é muito diferente de qualquer outro universitário. Tênis, calça jeans e camiseta, este futuro administrador de empresas não vai para a faculdade sem caderno, lápis, caneta e uma porção de livros. O celular e o MP3 (quem vive sem eles?), também são itens indispensáveis na mochila do estudante, que só se destaca da multidão por um detalhe: a Springfield XT que acomoda cuidadosamente na cintura.
Desde 2006, quando a Corte de Utah aprovou a lei que garante a estudantes, professores e funcionários de todas as universidades públicas do estado o direito de portar armas de fogo no campus, o revólver de calibre 45 que ganhou do pai passou a fazer parte do material escolar do jovem.
"Eu me sinto muito mais seguro indo à universidade armado, se o massacre de Virgina Tech pôde nos ensinar alguma coisa, é que, às vezes, a segurança do campus simplesmente não consegue responder a um ataque na velocidade em que deveria. E nesse caso, acho que os estudantes têm que ter o direito de se proteger. Eles têm que ter condições de se defender por conta própria - disse Weston.


Atualmente, nos EUA, é legal andar armado em locais públicos, como cinemas, teatros, igrejas e shoppings , de 48 estados. Desse total, há 16 estados que proíbem explicita e terminantemente o uso de armas em instituições de ensino, enquanto os demais deixam a decisão a cargo das próprias universidades - que, em sua grande maioria, optam pelo veto. Utah é único estado em que o porte é liberado nos campi de todas as suas universidades públicas - nove, no total.
Estudantes recebem treinamento de autodefesa - Reprodução

- Hoje, apenas 11 instituições de ensino dos EUA permitem que armas entrem em seus campi legalmente. Além das universidades estaduais de Utah, só a Colorado State University e a Blue Ridge Community College, in Weyers Cave, Virginia, também dão aos estudantes o direito de escolher se querem ou não levar suas armas para sala de aula - explica Katie Kasprzak, que estuda na Universidade do Texas - onde o porte não é permitido - e é relações públicas do SCCC.

O movimento - criado no dia seguinte ao ataque mais letal a instituições de ensino dos EUA, que deixou um total de 32 mortos - conta hoje com mais de 30 mil simpatizantes, espalhados por 44 estados americanos. São estudantes que, assim como Katie e Weston, temem ser "a próxima vítima" e não acreditam que aumentar o efetivo policial, aprimorar os serviços de aconselhamento e acompanhamento terapêutico e psiquiátrico nos campi e apertar o cerco contra quem vendem armas a pessoas incapacitadas seja suficiente para evitar novos episódios de violência ( Massacres que fizeram escola nos EUA ).

" É preciso combater fogo com fogo "

- É preciso combater fogo com fogo - defende Katie. - Fazer das universidades zonas livres de armas não as torna lugares mais seguros. E a justificativa é simples: criminosos não respeitam leis. Proibir o porte de armas não impede que um louco entre armado no campus e saia atirando a esmo - diz a jovem de 22.

O discurso contundente, aliado ao maciço apoio dos estudantes e de organizações de peso, como a poderosa Associação Nacional de Rifles (NRA), parece ter surtido efeito. No último ano, 15 estados americanos deram início a discussões sobre possíveis alterações na legislação que rege o controle de armas em seus territórios. A polêmica que cerca o tema, entretanto, impediu que a maioria dos projetos avançasse. Atualmente, apenas a Louisiana a o Arizona ainda consideram a possibilidade de liberar o porte de armas nas universidades.


Isso porque, nem todos concordam com a idéia de que basta um cidadão alerta, armado e bem-intencionado para evitar um banho de sangue, como o que aconteceu na Virgina e, mais recentemente, no Illinois, onde cinco pessoas morreram. Muito pelo contrário. Para os críticos da lei, armar professores, estudantes e funcionários pode, sim, levar a um aumento dos episódios violentos.
Com a maior facilidade de se carregar uma arma, qualquer suspeita, qualquer discussão, qualquer problema, por menor que seja, estará mais sujeito a ser resolvido de forma violenta - defende o brasileiro Rodrigo Campos, de 24 anos, que também estuda em Utah, só que na Brigham Young, universidade particular onde o porte não é permitido. - E mesmo que fosse, eu não andaria armado no campus. Não me sinto confortável carregando uma arma.

João Marcelo Pinho, carioca de 25 anos que estuda na Universidade de Toledo, em Ohio, é da mesma opinião.

" Não me agrada a idéia de ter gente armada na sala de aula. Não creio que estudantes e professores, mesmo treinados, saibam reagir sob pânico "

- Eu não me sentiria mais seguro levando um revólver para o campus. Talvez até tivesse mais poder de reação no caso de um ataque. Mas, ainda assim, não me agrada a idéia de ter várias pessoas armadas dentro da sala de aula - revela o estudante de Marketing - Não acredito que estudantes e professores, mesmo treinados, saibam como reagir em situações de pânico.

Em Utah, o porte de armas só é concedido a maiores de 21 anos considerados 'mentalmente competentes' e com ficha limpa na polícia. Os interessados também são submetidos a um treinamento - 4 horas de aula - para garantir que estejam aptos a usar suas armas com segurança. Já a lei que está para ser votada na Louisiana exige apenas a maioridade e a avaliação do histórico policial.
Para a International Action Network on Small Arms (Rede de Ação Internacional para o Uso de Armas de Pequeno Porte, na tradução livre para o português), é muito pouco ( Clique abaixo e ouça: Lembranças de Virginia Tech).

- Estudos mostram que mesmo policiais treinados à exaustão só acertam o alvo, durante combates, em 20% dos casos. Agora imagine o estrago que estudantes sem o treinamento adequado podem provocar - questiona Louise Rimmer, relações públicas do organismo, que, juntamente com o Brady Campaign to Prevent Gun Violence, milita pelo desarmamento. - Com a proliferação de armas de fogo no campus universitário, o risco de inocentes serem pegos no fogo cruzado é enorme.
Para os críticos da lei, os métodos usados se mostram falhos, principalmente, no que diz respeito à avaliação do equilíbrio emocional dos candidatos a uma permissão. Louise cita o caso de Cho Seung-hui, autor do massacre de Virginia Tech que, apesar do histórico de assédio a uma aluna, em 2005, e depressão seguida de internação em uma clínica psiquiátrica, em 2006, estaria apto a receber uma licença para porte de armas antes de 16 de abril de 2007.
Isso nos mostra que o atual modelo não é suficiente para garantir a segurança da comunidade acadêmica - lamenta. - O compartilhamento de informações é falho, o que torna os bancos de dados obtusos ( Cho, vestido para matar ).

Nos Estados Unidos há 18 anos, o sociólogo carioca Marcus Martins acha que a lei americana, de certa forma, protege possíveis futuros atiradores.

" Mudar a lei, por si, não resolve o problema. Sempre haverá uma combinação de eventos que pode permitir uma tragédia "

- Hoje, os professores são orientados a comunicar comportamentos estranhos ou violentos que tenham presenciado, assim como relatar traços de distúrbios emocionais que tenham percebido em seus alunos. Mas isso não é garantia de prevenção de novas tragédias, uma vez que a lei americana garante ao cidadão o direito de recusar avaliação psicológica ou psiquiátrica, a fim de proteger a sua privacidade - diz ele, que há oito anos dá aulas de estudos de religião, gerência e liderança da Universidade Brigham Young do Havaí. - Mas mudar a lei, por si, não resolve o problema. Sempre haverá uma combinação de eventos que pode permitir uma tragédia. A solução terá de nascer de um esforço conjunto de Estado, psicólogos, estudantes e suas famílias.

Fonte: O Globo