sexta-feira, 18 de julho de 2008

Feira em SC vai reunir 70 tatuadores brasileiros e estrangeiros

País é considerado um dos principais centros da arte ao lado da Alemanha, EUA e Espanha. Profissionais dizem que ainda há preconceito contra quem tem o corpo desenhado.

A feira Tattoo Pro Floripa, realizada a partir desta sexta-feira (18), em Florianópolis, vai reunir 70 tatuadores brasileiros, da Argentina, do Paraguai e do México. O evento será realizado no Beiramar Shopping até domingo (20). Segundo a organização do evento, serão expostos trabalhos, materiais e equipamentos específicos para quem atua no segmento. Estão confirmadas as presenças de Blackie Tattoo, da Argentina, além do mexicano José Juan Arreguin Martins e de Walter Tattoo, do Paraguai.

 "Será uma oportunidade de intercâmbio e troca de experiências entre os profissionais da área", disse Adilson Stadler, responsável pela feira.


O tatuador Fernando Shimizu, 30 anos, afirmou que o Brasil está entre os quatro maiores centros de tatuadores do mundo. "Os profissionais brasileiros são muito respeitados no exterior. A tatuagem feita no Brasil figura entre os melhores trabalhos, ao lado das feitas nos Estados Unidos, Alemanha e Espanha." Shimizu é reconhecido pelo trabalho no estilo comics. Ele faz tatuagem há 13 anos, mas se considera profissional desde 2000. "Minhas tatuagens são baseadas no traço do desenhista Alex Ross, que faz super-heróis para a Marvel."

Estilo realista usa mais sombras do que traços para compor o desenho (Foto: Divulgação/Fernando Shimizu)


O tatuador Carlos Eduardo Martins, 27 anos, afirmou que o país vive um 'boom' da tatuagem. "Estamos passando por um bom momento. O preconceito ainda existe, mas é bem menor do que há pouco tempo. Os desenhos são mais variados. Muita gente ainda tem problemas para arrumar emprego por causa da tatuagem no corpo." 
O crescimento da procura por tatuagem reflete na preocupação dos profissionais com  a segurança do cliente. "A tatuagem é algo permanente. Não se faz tatuagem em adolescentes por uma questão legal e também por serem imaturos. Imagina um jovem pedir para fazer um desenho no corpo e, depois de muitos anos, enjoar da tatuagem. Ele vai ter de levar isso para o resto da vida", afirmou Martins.
 Ele é irmão gêmeo de outro tatuador, Carlos Henrique Martins, 27 anos, que está na Espanha. "Ele não virá para a feira, pois ainda vai ficar mais seis meses em um estúdio espanhol." Um já fez tatuagem no outro. "Já tatuei meu irmão enquanto ele me tatuava também", disse Carlos Eduardo Martins.

Em São Paulo, o estilo mais usado pelos tatuadores é o 'old school'. "É um tipo de trabalho sem volume, feito em preto e branco e mais chapado. Também é comum na região o estilo 'new school', com desenhos coloridos e com volume", afirmou Martins.
 Segundo ele, no Sul do país, o estilo é mais oriental. No Norte, Nordeste e no Rio de Janeiro, os estilos mais comuns entre os tatuadores é o realista, que usa mais sombras do que traços.

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Fonte: G1

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