quarta-feira, 4 de junho de 2008

Exército cerca emissora de TV para prender sargentos gays

Os sargentos do Exército, Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo, que admitiram em entrevista a ÉPOCA serem gays e terem um relacionamento homossexual desde 1997, foram presos na madrugada desta quarta-feira (4) pela Polícia do Exército.

De acordo com a Rede TV!, a sede da emissora, em Barueri, na Grande São Paulo, foi cercada pelo Exército na noite de terça-feira (3), enquanto Figueiredo e Araújo participavam do programa Superpop.

A emissora divulgou imagens da prisão na manhã desta quarta-feira e mostrou que os sargentos tentaram, sem sucesso, argumentar contra a prisão, mas que acabaram concordando em ser levados.


Em nota enviada a ÉPOCA na sexta-feira (30), o Exército afirmou que Araújo está na condição de "desertor e foragido da justiça militar desde maio de 2007" por não ter apresentado exames que comprovem seu estado de saúde após "longo afastamento do serviço militar".

Em entrevista à Rede TV!, após a entrada da Polícia do Exército na emissora, Araújo acusou o Exército de "forçar" a situação para a prisão. “Eles forçaram a situação e forjaram um laudo para me colocar como apto ao serviço, sendo que eu não estou apto, pois estou passando por um transtorno emocional grave”, afirmou Araújo.

De acordo com o sargento, ele apresentou um laudo de um neurologista atestando o transtorno emocional, mas o parecer não foi aceito. Araújo disse ainda ter sido examinado, por conta do problema emocional, por uma junta médica que incluía um ginecologista e um ortopedista. “É uma situação degradante. Eu temo pela minha vida. Não tenho condições físicas e emocionais de ser encarcerado”, afirmou.

Araújo criticou a atuação da procuradora do Ministério Público Militar Cláudia Rocha Lama, e afirmou acreditar que o Exército é uma "quadrilha devidamente concursada" e uma "instituição cheia de covardes".

Visivelmente abalado, e chorando, Araújo afirmou que seu companheiro, o sargento Alcântara, enviou uma petição com mais de 15 páginas explicando a situação dos dois ao general Enzo Martins Peri, comandante do Exército. O documento, segundo ele, foi rejeitado três vezes por "erro de formatação".

Fonte: G1

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